14 a 19 de agosto de 2018

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CIDADE ESPERANÇA, 14 a 19 de agosto.

"Vamos precisar de todo mundo!"

Queria eu herdar o tecido da história de cada ser para tornar todos um só.

Trago em minha alma o sonho de fazer nascer em mim toda a mistura étnica, todo sentimento arraigado em um pedaço de história, todo o afã do espírito para suscitar a exaltação libertadora capaz de licenciar a todos a irem além de si mesmos. A Arte se propõe a isso. Quer consumir em si o grau de solidão de cada um para sua intrínseca vontade de transcender daquilo que Clarice chamou de "Vitória nossa de cada dia".

A esperança saqueia todo dia a realidade de sua condição ínfima e cobra do horizonte o gigantesco afresco de um novo amanhecer. Em sua própria continuidade afiança para si as urgências das misérias, dos clamores, dos segredos a que se espezinha com crueldade o ser humano para inaugurar o que chamamos de Humanidade.

Clarice nos surpreende ao dar voz a este sentimento:

"... olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado acima de todas as coisas. Temos amontoado coisas e seguranças por não termos mais um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelho diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós faz arte por não saber como é outra coisa. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar do que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim possamos dizer " pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes do apagar da luz. Temos sorrido em público o que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temos nos temido um ao outro, acima de tudo. E tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia”.

O Balaio de Arte e Cultura vem nesta oitava edição ousar a construção de uma Cidade chamada "Esperança".

A cada edição damos lugar a um novo tema. Este pretende surpreender o público com o encanto da ESPERANÇA. Ou seja, todos os espetáculos e exposições, movimentos culturais terão por ofício retratar, articular, denunciar, alegorizar a Arte que se origina do caos, das emoções incontidas, dos clamores existenciais e seus excessos para valorizar e redimensionar a vida para além das vitórias mínimas de cada dia. Ela pretende valorizar o esforço conjunto de cada grupo artístico e/ou cultural nesse transcender da história de uma Cidade que se re-inaugura a cada edição.

O que se pretende não é apenas deixar um rastro de Esperança, mas um MARCO DE ESPERANÇA em cada visitante que passar pelo Balaio de Arte e Cultura - oitava edição.

Ao fechar o Balaio 2018, o público será proprietário de um sentimento amplo, de acréscimo, de ESPERANÇA. Por um momento, todo medo ou tristeza será lavrado em uma vontade de fazer acontecer, de um amor que vai além de si. Uma disponibilidade gratuita em SERVIR. A crítica ou as divisões darão lugar a comunhão e a honra. Por um instante, o propósito será tirar de cada coração toda a sua riqueza. Rico serão os mansos, os que se abraçarem sem restrições, os que tiverem seus olhos abertos em candura. Não haverá o disfarce da insegurança, os jogos de arrogância parda, nem as infinitas queixas. Perpassará em todos um sentimento de igual, de comunhão, de liberdade e decência. Seremos um só sentimento. Um só espírito, uma só raça. Será o tempo de desdobrar a flor, intensificar o amor.

Regina Maria

Curadora Geral do Balaio 2018.

Av. Getúlio Vargas

Patos de Minas - MG

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