Ancorado num olhar libertário e otimista, a curadoria de artes visuais deste Balaio 2018 parte de um denominador comum: a capacidade da arte de modificar quem e o que ela toca. O tema central de provocação dessa edição, a Esperança, tornou-se nossa égide para enfrentar as inquietações inerentes à alma humana quanto ao futuro, as necessidades, as incertezas, as inseguranças, as possibilidades, os sonhos, os projetos, os anseios e os desejos.

A curadoria, nesse sentido, para trazer uma abordagem plural sobre o tema da esperança, toma fôlego e mais uma vez amplia os seus horizontes. Ultrapassamos as linguagens das artes visuais e incorporamos outras áreas, como literatura, fotografia, arquitetura, urbanismo, moda, computação gráfica, novas mídias artísticas, processos artesanais, entre outros mecanismos da grande trama da vida, tudo aquilo que as mãos e alma quiserem produzir.

O amor que tanto proclamamos em 2017 ainda não acabou (e nem acabará!), ele se transformou em algo novo: em esperança! Ainda que este 2018 de tantos anseios e incertezas neste país nos causem medos e desalentos, "temos a arte para não morrer da verdade", como disse Nietzche certa vez.

Acreditamos que um pouco do futuro melhor que ansiamos colher já está sendo semeado por muitas mãos, que amparam, planejam, costuram, escrevem, registram, desenham, projetam, pintam, moldam e que, sobretudo, criam. E assim nos encontraremos em agosto, na nossa avenida, Cidade Esperança!

Lúcia Tredezini

Curadora das Artes Visuais